06/10/2012 SÁBADO - 20h às 20h
Desejo que Fuja (Priscila Maia, Bruno Levorim e Allyson Amaral)
SINOPSE: Ela expandiu, encheu. Por fora, na incompletude da fuga, escapou do próprio sujeito. Em ebulição, é transformada em anonimato, aparece no esconderijo, possuída pelo espaço.
A força encontra outras forças convivendo na conversa. Esbarrando, percebe a impossibilidade da afirmação e o inconsolável deslocamento dos enunciados.
Não faz a experiência da falta, mas do limite. Ela poderia jamais tê-la revelado, e nem por isso ela seria menos real por atravessar outros mundos que jamais existiram ou jamais existirão. Tocou o celular.
Allyson Amaral
Allyson Amaral é formado no curso de licenciatura em dança pela Faculdade Angel Vianna (RJ) e atua como intérprete-criador e educador. De 2003 a 2011, trabalhou na Lia Rodrigues Companhia de Dança como bailarino e cocriador das peças Encarnado, ChantierPoétique e Pororoca.
Bruno Levorin
Bruno Levorin é performer e estudante de filosofia da PUC-SP. Desde 2007, faz parte do Centro de Estudos de Dança (CED), grupo orientado por Helena Katz. Foi intérprete-criador dos experimentos WeThink, WeLikeThat (Festival Contemporâneo de Dança/São Paulo), coordenado por Cristian Duarte (BRA) e Paz Rojo (ESP). Nos últimos dois anos, foi colaborador da Cia Ângelo Madureira e Ana Catarina Vieira.
06/10/2012 SÁBADO - 20h às 20h
Edital (Fábio Osório Monteiro)
SINOPSE: Depois de 14 anos de trabalhos artísticos desenvolvidos junto ao grupo Dimenti, Fábio Osório Monteiro estreou o seu primeiro trabalho autoral. Edital foi criado dentro do contexto do Manutenção Dimenti, projeto contemplado com o patrocínio Manutenção de Grupos e Companhias de Dança do Programa Petrobras Cultural. A necessidade de criar um trabalho autoral para a realização do projeto, e também para sobreviver no atual panorama da cena contemporânea, fez com que lançasse o Edital 09/2011 – Para Aquisição de Uma Obra Autoral.
Em cena, o artista/produtor se confunde, concorda, diverge de si mesmo e acaba propondo reflexões sobre o fazer arte hoje, sob a lógica de financiamento e produção cultural vigente. Um dos interesses é problematizar o lugar do artista na contemporaneidade e perceber como se organizam algumas relações na cadeia criativa e produtiva da arte.
Um espetáculo travestido de palestra, um artista/produtor travestido de produtor/artista, um gay travestido em uma torcida organizada de futebol, um gordo careca que é cover de Alcione e Zacarias… Edital é o show sem glamour de uma drag de post-it.
Numa estética caótica entre laptop, impressora, fios, projetor e alguma dispersão, Edital traz a produção executiva para dentro da caixa preta e a transforma em produção artística. Entre projetos arquivados, suplentes na espera e um proponente contemplado, o palco vira escritório e a produção vira cena. Assim, depois de dez anos de trabalho com produção cultural, o produtor/artista lança o seu próprio edital e tenta discutir sobre o fazer na dança.
Fábio Osório Monteiro
Fábio Osório Monteiro é graduado em administração pela Universidade Federal da Bahia onde atualmente é mestrando do Programa de Pós-Graduação em Dança. Integra o grupo Dimenti desde a sua formação, em 1998, como intérprete de todos os espetáculos do repertório do grupo e também produtor assistente. Como produtor cultural, em 2009 assumiu a direção de produção do projeto Novembro – Música em Todos os Ouvidos, uma realização da Diretoria de Música de Fundação Cultural do Estado da Bahia, que reuniu nomes como Maria Gadú, Mariana Aydar, Márcia Castro, Orkestra Rumplezz, entre outros. Em 2010, trabalhou na produção do espetáculo Camila e o Espelho, de Jorge Alencar (BA). Dirigiu também a produção dos espetáculos A Cela, de Jacyan Castilho (BA) e Matilde, La Cambiadora de Cuerpos, de Hebe Alves (BA). Também em 2010, fez a produção executiva do festival de dança Olhares sobre o Corpo (Uberlândia, MG). Em fevereiro de 2011, realizou a produção local em Salvador da circulação da Cia Dani Lima (RJ). Em dezembro de 2011, trabalhou na produção executiva do videodança Laje do Céu, de Leo França (BA). Nos últimos dois anos, com a Dimenti Produções Culturais, fez a produção do Projeto Quarta Que Dança.
05/10/2012 SEXTA-FEIRA - 20h às 20h
Desejo que Fuja (Priscila Maia, Bruno Levorim e Allyson Amaral)
SINOPSE: Ela expandiu, encheu. Por fora, na incompletude da fuga, escapou do próprio sujeito. Em ebulição, é transformada em anonimato, aparece no esconderijo, possuída pelo espaço.
A força encontra outras forças convivendo na conversa. Esbarrando, percebe a impossibilidade da afirmação e o inconsolável deslocamento dos enunciados.
Não faz a experiência da falta, mas do limite. Ela poderia jamais tê-la revelado, e nem por isso ela seria menos real por atravessar outros mundos que jamais existiram ou jamais existirão. Tocou o celular.
Allyson Amaral
Allyson Amaral é formado no curso de licenciatura em dança pela Faculdade Angel Vianna (RJ) e atua como intérprete-criador e educador. De 2003 a 2011, trabalhou na Lia Rodrigues Companhia de Dança como bailarino e cocriador das peças Encarnado, ChantierPoétique e Pororoca.
Bruno Levorin
Bruno Levorin é performer e estudante de filosofia da PUC-SP. Desde 2007, faz parte do Centro de Estudos de Dança (CED), grupo orientado por Helena Katz. Foi intérprete-criador dos experimentos WeThink, WeLikeThat (Festival Contemporâneo de Dança/São Paulo), coordenado por Cristian Duarte (BRA) e Paz Rojo (ESP). Nos últimos dois anos, foi colaborador da Cia Ângelo Madureira e Ana Catarina Vieira.
Priscila Maia
Priscila Maia é jornalista formada pela UFRJ e roteirista com especialização na Escuela Internacional de Cine Y Televisión (Cuba). Desde 2003, dedica-se à dança e ao vídeo. De 2008 a 2011, trabalhou na Lia Rodrigues Companhia de Dança como bailarina e cocriadora das peças Chantier Poétique e Pororoca. Seu curta-metragem Vide o tape ganhou o segundo lugar no concurso Curtas de Bolso Tela Brasil.
05/10/2012 SEXTA-FEIRA - 20h às 20h
Edital (Fábio Osório Monteiro)
SINOPSE: Depois de 14 anos de trabalhos artísticos desenvolvidos junto ao grupo Dimenti, Fábio Osório Monteiro estreou o seu primeiro trabalho autoral. Edital foi criado dentro do contexto do Manutenção Dimenti, projeto contemplado com o patrocínio Manutenção de Grupos e Companhias de Dança do Programa Petrobras Cultural. A necessidade de criar um trabalho autoral para a realização do projeto, e também para sobreviver no atual panorama da cena contemporânea, fez com que lançasse o Edital 09/2011 – Para Aquisição de Uma Obra Autoral.
Em cena, o artista/produtor se confunde, concorda, diverge de si mesmo e acaba propondo reflexões sobre o fazer arte hoje, sob a lógica de financiamento e produção cultural vigente. Um dos interesses é problematizar o lugar do artista na contemporaneidade e perceber como se organizam algumas relações na cadeia criativa e produtiva da arte.
Um espetáculo travestido de palestra, um artista/produtor travestido de produtor/artista, um gay travestido em uma torcida organizada de futebol, um gordo careca que é cover de Alcione e Zacarias… Edital é o show sem glamour de uma drag de post-it.
Numa estética caótica entre laptop, impressora, fios, projetor e alguma dispersão, Edital traz a produção executiva para dentro da caixa preta e a transforma em produção artística. Entre projetos arquivados, suplentes na espera e um proponente contemplado, o palco vira escritório e a produção vira cena. Assim, depois de dez anos de trabalho com produção cultural, o produtor/artista lança o seu próprio edital e tenta discutir sobre o fazer na dança.
Fábio Osório Monteiro
Fábio Osório Monteiro é graduado em administração pela Universidade Federal da Bahia onde atualmente é mestrando do Programa de Pós-Graduação em Dança. Integra o grupo Dimenti desde a sua formação, em 1998, como intérprete de todos os espetáculos do repertório do grupo e também produtor assistente. Como produtor cultural, em 2009 assumiu a direção de produção do projeto Novembro – Música em Todos os Ouvidos, uma realização da Diretoria de Música de Fundação Cultural do Estado da Bahia, que reuniu nomes como Maria Gadú, Mariana Aydar, Márcia Castro, Orkestra Rumplezz, entre outros. Em 2010, trabalhou na produção do espetáculo Camila e o Espelho, de Jorge Alencar (BA). Dirigiu também a produção dos espetáculos A Cela, de Jacyan Castilho (BA) e Matilde, La Cambiadora de Cuerpos, de Hebe Alves (BA). Também em 2010, fez a produção executiva do festival de dança Olhares sobre o Corpo (Uberlândia, MG). Em fevereiro de 2011, realizou a produção local em Salvador da circulação da Cia Dani Lima (RJ). Em dezembro de 2011, trabalhou na produção executiva do videodança Laje do Céu, de Leo França (BA). Nos últimos dois anos, com a Dimenti Produções Culturais, fez a produção do Projeto Quarta Que Dança.
04/10/2012 QUINTA-FEIRA - 20h às 20h
Receitas e Dúvidas (Wagner Schwartz, Sheila Ribeiro e Gustavo Bitencourt)
SINOPSE: A ideia sincera de não ser “um-espetáculo-de-dança-feito-para-ganhar-edital” e, sim, “um-espetáculo-de-dança-que-gostaria-muito-de-acontecer-por-questões-pessoais-e-artísticas” fez o artista Gustavo Bitencourt convidar Sheila Ribeiro e Wagner Schwartz para a criação.
Com o subsídio do Prêmio Funarte de Dança Klauss Vianna 2011, puderam montar Receitas e Dúvidas, que estreou em junho no Teatro José Maria Santos, em Curitiba, e agora em outubro se reapresenta em são Paulo a convite do Itaú Cultural.
“Procuramos novos jeitos de produzir e compartilhar arte, que façam diferença e contribuam para pesquisas de outros artistas, e que alcancem também outros públicos, não somente o habitual da dança contemporânea”, diz Gustavo. “Queremos propor uma forma de diálogo com esse outro que está logo ali, sem sermos simplistas, mas convencidos de que esse outro é inteligente e quer se culturalizar. Esse outro esteve presente em todo o nosso processo de trabalho; então esperamos que, no mínimo, ele consiga estar conosco em cena. Isso é um desejo e um convite, mas não podemos nos comprometer”, completa Wagner.
E, para atingir um grupo maior de pessoas, eles chegaram neste título. “Receitas de cozinha, receita nas finanças, receita de um remédio, receita é método, padrão, procedimento, energia potencial e tudo que venha depois deles”, explica Sheila. Eles adiantam, no entanto, que o foco do trabalho não está na receita nem na dúvida, mas na relação entre ambos – caminho que os levou a deslocar assuntos atuais.
Sheila completa que “receita é método, procedimento, energia potencial e tudo que venha depois desses padrões”. Os três adiantam, no entanto, que o foco do trabalho não está na receita, tampouco na dúvida, mas na relação entre ambos, no caminho que os levou a deslocar certos códigos que encontraram nos assuntos atuais. “Falamos sobre cinema, entramos a fundo em questões humanas abraçadas pelo teatro, pelas artes visuais, pela moda e pela tecnologia, assim como em questões ordinárias que podem ser discutidas em festas, bares, boates, para conseguirmos ir além do que já entendíamos sobre criação. Fazer concessões foi a única forma de entrar em contato, nesse processo de colaboração, com o público que precisa “se ver” para se/nos compreender”, conta Wagner.
Gustavo Bitencourt
Gustavo Bitencourt é profissional diletante, nascido e residente em Curitiba, Paraná. Formado em letras pela UFPR e atuando constantemente em diversos campos artísticos, tem na indisciplinaridade uma das principais características de seu trabalho. É ilustrador, designer gráfico, redator, tradutor, performer, ator, diretor de teatro, crítico e compôs trilhas para teatro, dança e vídeo. Entre seus trabalhos solo estão Dois Corações e Um Bebê (2004), A Ordem das Coisas (2005), Bife (2008) e PigLalangue (2010). Trabalhou em colaboração com artistas como Wagner Schwartz, Octavio Camargo, Paula Lice, Ricardo Marinelli, Michelle Moura, Elisabete Finger e Cristiano Balzan. Participou de eventos e festivais de dança, teatro e vídeo em diversas cidades brasileiras e em países como Alemanha, EUA, Cuba e Chile. Desde 2004, é integrante da Couve-Flor Minicomunidade Artística Mundial, Entre seus trabalhos mais recentes estão Exposição (2012), com codireção de Cândida Monte e Dimis Jean Sores, e Valsa N° 6 (2012), montagem do texto de Nelson Rodrigues em que trabalhou como diretor.
Sheila Ribeiro
Sheila Ribeiro trabalha nas áreas de novas mídias, tecnologia, coreografia, instalação, cinema e moda. Interessada pelas dinâmicas da comunicação contemporânea, explora ilusão, desejo, deslocamento, corpo e publicidade, poetizando tensões estético-políticas das culturas digitais por meio de instalações, audiovisuais, psicoesculturas e webdança. A partir de 2001, seu trabalho relaciona corpo/cultura digital, acompanhado de uma exigência reflexiva que discute e engloba conceitos atuais, ultrapassando as possibilidades do instrumental tecnológico em si para lidar, materializar e sensibilizar novos paradigmas. Coabitando com vários eixos artísticos no mundo (cruzados ou não), trabalha com seu marido, o antropólogo italiano Massimo Canevacci, é a artista representante da galeria Q Contemporary (Beirute), faz parte do projeto de moda Chamando Ela, com os fotógrafos João Meirelles e Tiago Lima, e do grupo indie de pesquisa em tecnologia REFF/Art is Open Source, com Salvatore Iaconesi e Oriana Persico (Roma). Além disso, é consultora artística no FGC, El Buss (Tiro), onde trabalha com a reforma na saúde mental neste campo de refugiados palestinos. Também criou o projeto 7x7, de análise crítica de arte por artistas.
Wagner Schwartz
Wagner Schwartz, coreógrafo, performer e linguista, nasceu em Volta Redonda (RJ), morou em Uberlândia (MG) e em Berlim (DE). Nos últimos dois anos, frequenta São Paulo e mora em Paris, na França. Selecionado pelo Rumos Itaú Cultural Dança em 2000/2001, 2003/2004 e 2009/2010, seus projetos têm sido estudados em publicações dentro e fora do Brasil, como nos livros O Fazer‐Dizer do Corpo: Dança e Performatividade, de Jussara Sobreira Setenta, e AmRand der Körper: Inventurendes Unabgeschlossenen im Zeitgenössischen Tanz (À Borda do Corpo: Inventários da Dança Contemporânea Inacabada), de Susanne Foellmer. Já criou uma dezena de projetos de dança e videoarte e faz a direção artística do encontro Olhares sobre o Corpo, assim como coopera na dramaturgia de trabalhos de outros artistas, como Gustavo Bitencourt, Thelma Bonavita, Danislau Também e NathalieFari. Seus últimos trabalhos como videoartista são os clipes da cantora Daniela Borela, realizados em 2011.
04/10/2012 QUINTA-FEIRA - 20h às 20h
Forte (Michelle Moura)
SINOPSE: Petrobras e o Ministério da Cultura apresentam Forte, uma progressão coreográfica que caminha por meio de intensidades físicas e explosões emocionais.
Luciana Navarro e Michelle Moura são propulsoras de uma infinidade de paisagens, afetos e impulsos. Buscam algum tipo de transcendência, seguem a bússola, se perdem, se reencontram entoando algo como um mantra ofegante. Estão próximas do céu, carregando a própria miséria. Estão rodeadas por uma constelação de fantasmas – uns são bonitos e outros feios. E dizem: me dá um beijo e vamos adiante!
Forte apresenta reflexões sobre o paradoxo do esforço para a autossuperação contra a sensação de insuficiência. A ideia de que sempre podemos nos superar alimenta a frustração de que nunca estamos fazendo o suficiente para alcançar o sucesso.
E assim, como no Romantismo, Forte celebra a emoção, o mistério, o entusiasmo e também o pessimismo e o trágico.
Michelle Moura
Michelle Moura é intérprete e coreógrafa, cofundadora e integrante da Couve-Flor Minicomunidade Artística Mundial, de Curitiba, que atua nas áreas de produção, criação artística solo e colaborativa em diversos campos da arte e, desde 2006, mantém na cidade o espaço cultural Cafofo, hoje patrocinado pelo Programa Petrobras Cultural de Manutenção de Grupos e Companhias de Dança. Como intérprete, colaborou com os coreógrafos Dani Lima, Alex Cassal, Fabian Gandini (Argentina) e Vincent Dupont (França). Coreografou Mais Uma Peça Selecta (2004), obra que foi apresentada em festivais no Brasil, Berlin e Havana. Cavalo, sua obra mais recente, tem sido apresentada nos principais eventos de dança no Brasil. Entre 2003 e 2004, estudou na Casa Hoffman, em Curitiba, sob a direção artística de Andréa Lerner e Rosane Chamecki; e no Centre National de Danse Contemporaine de Angers, na França, com direção artística de Emmanuelle Huynh. Em 2011, foi residente na Récollets Paris.
03/10/2012 QUARTA-FEIRA - 20h às 20h
Receitas e Dúvidas (Wagner Schwartz, Sheila Ribeiro e Gustavo Bitencourt)
SINOPSE: A ideia sincera de não ser “um-espetáculo-de-dança-feito-para-ganhar-edital” e, sim, “um-espetáculo-de-dança-que-gostaria-muito-de-acontecer-por-questões-pessoais-e-artísticas” fez o artista Gustavo Bitencourt convidar Sheila Ribeiro e Wagner Schwartz para a criação.
Com o subsídio do Prêmio Funarte de Dança Klauss Vianna 2011, puderam montar Receitas e Dúvidas, que estreou em junho no Teatro José Maria Santos, em Curitiba, e agora em outubro se reapresenta em são Paulo a convite do Itaú Cultural.
“Procuramos novos jeitos de produzir e compartilhar arte, que façam diferença e contribuam para pesquisas de outros artistas, e que alcancem também outros públicos, não somente o habitual da dança contemporânea”, diz Gustavo. “Queremos propor uma forma de diálogo com esse outro que está logo ali, sem sermos simplistas, mas convencidos de que esse outro é inteligente e quer se culturalizar. Esse outro esteve presente em todo o nosso processo de trabalho; então esperamos que, no mínimo, ele consiga estar conosco em cena. Isso é um desejo e um convite, mas não podemos nos comprometer”, completa Wagner.
E, para atingir um grupo maior de pessoas, eles chegaram neste título. “Receitas de cozinha, receita nas finanças, receita de um remédio, receita é método, padrão, procedimento, energia potencial e tudo que venha depois deles”, explica Sheila. Eles adiantam, no entanto, que o foco do trabalho não está na receita nem na dúvida, mas na relação entre ambos – caminho que os levou a deslocar assuntos atuais.
Sheila completa que “receita é método, procedimento, energia potencial e tudo que venha depois desses padrões”. Os três adiantam, no entanto, que o foco do trabalho não está na receita, tampouco na dúvida, mas na relação entre ambos, no caminho que os levou a deslocar certos códigos que encontraram nos assuntos atuais. “Falamos sobre cinema, entramos a fundo em questões humanas abraçadas pelo teatro, pelas artes visuais, pela moda e pela tecnologia, assim como em questões ordinárias que podem ser discutidas em festas, bares, boates, para conseguirmos ir além do que já entendíamos sobre criação. Fazer concessões foi a única forma de entrar em contato, nesse processo de colaboração, com o público que precisa “se ver” para se/nos compreender”, conta Wagner.
Gustavo Bitencourt
Gustavo Bitencourt é profissional diletante, nascido e residente em Curitiba, Paraná. Formado em letras pela UFPR e atuando constantemente em diversos campos artísticos, tem na indisciplinaridade uma das principais características de seu trabalho. É ilustrador, designer gráfico, redator, tradutor, performer, ator, diretor de teatro, crítico e compôs trilhas para teatro, dança e vídeo. Entre seus trabalhos solo estão Dois Corações e Um Bebê (2004), A Ordem das Coisas (2005), Bife (2008) e PigLalangue (2010). Trabalhou em colaboração com artistas como Wagner Schwartz, Octavio Camargo, Paula Lice, Ricardo Marinelli, Michelle Moura, Elisabete Finger e Cristiano Balzan. Participou de eventos e festivais de dança, teatro e vídeo em diversas cidades brasileiras e em países como Alemanha, EUA, Cuba e Chile. Desde 2004, é integrante da Couve-Flor Minicomunidade Artística Mundial, Entre seus trabalhos mais recentes estão Exposição (2012), com codireção de Cândida Monte e Dimis Jean Sores, e Valsa N° 6 (2012), montagem do texto de Nelson Rodrigues em que trabalhou como diretor.
Sheila Ribeiro
Sheila Ribeiro trabalha nas áreas de novas mídias, tecnologia, coreografia, instalação, cinema e moda. Interessada pelas dinâmicas da comunicação contemporânea, explora ilusão, desejo, deslocamento, corpo e publicidade, poetizando tensões estético-políticas das culturas digitais por meio de instalações, audiovisuais, psicoesculturas e webdança. A partir de 2001, seu trabalho relaciona corpo/cultura digital, acompanhado de uma exigência reflexiva que discute e engloba conceitos atuais, ultrapassando as possibilidades do instrumental tecnológico em si para lidar, materializar e sensibilizar novos paradigmas. Coabitando com vários eixos artísticos no mundo (cruzados ou não), trabalha com seu marido, o antropólogo italiano Massimo Canevacci, é a artista representante da galeria Q Contemporary (Beirute), faz parte do projeto de moda Chamando Ela, com os fotógrafos João Meirelles e Tiago Lima, e do grupo indie de pesquisa em tecnologia REFF/Art is Open Source, com Salvatore Iaconesi e Oriana Persico (Roma). Além disso, é consultora artística no FGC, El Buss (Tiro), onde trabalha com a reforma na saúde mental neste campo de refugiados palestinos. Também criou o projeto 7x7, de análise crítica de arte por artistas.
Wagner Schwartz
Wagner Schwartz, coreógrafo, performer e linguista, nasceu em Volta Redonda (RJ), morou em Uberlândia (MG) e em Berlim (DE). Nos últimos dois anos, frequenta São Paulo e mora em Paris, na França. Selecionado pelo Rumos Itaú Cultural Dança em 2000/2001, 2003/2004 e 2009/2010, seus projetos têm sido estudados em publicações dentro e fora do Brasil, como nos livros O Fazer‐Dizer do Corpo: Dança e Performatividade, de Jussara Sobreira Setenta, e AmRand der Körper: Inventurendes Unabgeschlossenen im Zeitgenössischen Tanz (À Borda do Corpo: Inventários da Dança Contemporânea Inacabada), de Susanne Foellmer. Já criou uma dezena de projetos de dança e videoarte e faz a direção artística do encontro Olhares sobre o Corpo, assim como coopera na dramaturgia de trabalhos de outros artistas, como Gustavo Bitencourt, Thelma Bonavita, Danislau Também e NathalieFari. Seus últimos trabalhos como videoartista são os clipes da cantora Daniela Borela, realizados em 2011.
03/10/2012 QUARTA-FEIRA - 20h às 20h
Forte (Michelle Moura)
SINOPSE: Petrobras e o Ministério da Cultura apresentam Forte, uma progressão coreográfica que caminha por meio de intensidades físicas e explosões emocionais.
Luciana Navarro e Michelle Moura são propulsoras de uma infinidade de paisagens, afetos e impulsos. Buscam algum tipo de transcendência, seguem a bússola, se perdem, se reencontram entoando algo como um mantra ofegante. Estão próximas do céu, carregando a própria miséria. Estão rodeadas por uma constelação de fantasmas – uns são bonitos e outros feios. E dizem: me dá um beijo e vamos adiante!
Forte apresenta reflexões sobre o paradoxo do esforço para a autossuperação contra a sensação de insuficiência. A ideia de que sempre podemos nos superar alimenta a frustração de que nunca estamos fazendo o suficiente para alcançar o sucesso.
E assim, como no Romantismo, Forte celebra a emoção, o mistério, o entusiasmo e também o pessimismo e o trágico.
Michelle Moura
Michelle Moura é intérprete e coreógrafa, cofundadora e integrante da Couve-Flor Minicomunidade Artística Mundial, de Curitiba, que atua nas áreas de produção, criação artística solo e colaborativa em diversos campos da arte e, desde 2006, mantém na cidade o espaço cultural Cafofo, hoje patrocinado pelo Programa Petrobras Cultural de Manutenção de Grupos e Companhias de Dança. Como intérprete, colaborou com os coreógrafos Dani Lima, Alex Cassal, Fabian Gandini (Argentina) e Vincent Dupont (França). Coreografou Mais Uma Peça Selecta (2004), obra que foi apresentada em festivais no Brasil, Berlin e Havana. Cavalo, sua obra mais recente, tem sido apresentada nos principais eventos de dança no Brasil. Entre 2003 e 2004, estudou na Casa Hoffman, em Curitiba, sob a direção artística de Andréa Lerner e Rosane Chamecki; e no Centre National de Danse Contemporaine de Angers, na França, com direção artística de Emmanuelle Huynh. Em 2011, foi residente na Récollets Paris.